É impressionante ver como tamanha beleza natural anda, lado a lado, com tamanha ocupação urbana. É mais impressionante ainda observar a banalidade com a qual os cariocas tratam tamanha beleza.
Nós, de fora, pensamos que não pode haver tristeza num lugar como este, que cara feia seria um pecado mortal quando se olha pela janela e se vê o Pão de Açúcar. Mas o carioca se permite cara feia e mau humor, principalmente quando precisa servir alguém. Cariocas não nasceram para servir, nem um pão, nem uma lagosta.
A natureza é, sem dúvida, a protagonista da cidade, mas o carioca também se acha digno de um Oscar. As montanhas são espantosas, e estão sempre lá, como uma moldura, sendo a praia o centro do quadro. E sempre haverá alguém se exercitando nessa espécie de arte performática que é o carioca e a sua paisagem.
As praias têm personalidade própria, e cada atitude da maré, da areia, da brisa, traz um frequentador diferente. Mas todos os frequentadores sabem onde seus amigos se encontram. E eles se encontram lá todo dia. “Dia de semana” é apenas uma terminologia, certo?
Um barzinho, uma cerveja gelada ou uma caipirinha deixam qualquer boêmio feliz. Adicione uma fritura qualquer e terá um turista que não quer que a madrugada acabe.
O sol se põe, na montanha desta vez, não no mar. A dança rotacional da terra faz com que cada pôr-do-sol seja inédito. As luzinhas das casas na favela se acendem e iluminam Ipanema. Ou Ipanema as ilumina?
O Rio é uma Bossa Nova: um gozo despreocupado, porque complicar a vida é mesmo desnecessário.
Consegui descrever bem o espirito carioca..... somos bem assim.
ResponderExcluirConsegui descrever bem o espirito carioca..... somos bem assim.
ResponderExcluirObrigada, Clarisse! Tu és minha carioca preferida! ;)
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