Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

EU PENSO NA MORTE O TEMPO TODO, E ISSO É BOM!

Cada vez que uma viagem longa se aproxima, eu começo a pensar na morte.

Na verdade, eu penso na morte o tempo todo. Acho cômico quando alguém diz “se eu morrer...”, assim, usando o “se”, como se houvesse alternativa. Parece que as pessoas acreditam que se disserem “quando eu morrer...”, a morte vai se aproximar delas, simplesmente por elas terem admitido que são mortais. Simplesmente por terem permitido pensar que podem morrer. Como se morrer dependesse de nós...

Eu penso muito em morrer, e isso não quer dizer que eu seja melancólica, ou depressiva. A morte é um prazo, e quero ter certeza de que fiz os deveres antes do prazo chegar. Todos nós vamos morrer, eventualmente, e é preciso se certificar de que “quando” ela chegar, não haverá excessivos arrependimentos para amargar ainda mais a ocasião.

Mas como eu disse no início, quando uma viagem longa e, principalmente, que inclua trechos aéreos se aproxima, eu intensifico o pensamento na morte. Tenho medo de voar, muito medo, porém, ele não é mais forte que a vontade que eu tenho de viajar. Por isso, continuo viajando. Mas tenho muito medo de acidentes aéreos, e na possibilidade de estar em um deles.

Nessas épocas do ano, nas semanas que antecedem uma viagem, eu começo a me despedir mentalmente das pessoas, dos lugares, das coisas... Sim, eu penso que aquela pode ser a última vez que tomarei um chimarrão ao sol da tarde no sofá da minha sala, que aquele pode ser o último afago que dou no meu gato enquanto ele aperta seus olhinhos, que aquele abraço na minha mãe pode ser o último.

Mas como diz o título, pensar na morte com tanta intensidade pode ser bom. A despedida mental das coisas antes de viajar só faz com que o reencontro com elas seja ainda mais intenso e feliz. É muito bom abraçar minha mãe no retorno de uma viagem, com histórias pra contar. Tomar um chimarrão na sala depois de desfazer as malas, então, é uma das melhores sensações do mundo! Afagar meu gato, que está excepcionalmente carinhoso comigo porque sentiu minha falta, é algo tão reconfortante...

Certa vez, a escritora Margaret Atwood disse: “I no longer feel I'll be dead by thirty; now it's sixty. I suppose these deadlines we set for ourselves are really a way of saying we appreciate time, and want to use all of it”.
“Eu não sinto mais que estarei morta aos trinta, agora é sessenta. Penso que esses prazos que definimos para nós mesmos sejam, na verdade, uma maneira de dizer que apreciamos o tempo, e queremos usá-lo por inteiro”.

Atwood sabe como é viver com prazos mentais. Não é assustador, nem sintoma de patologia, é uma maneira sensata de estar ciente da sua mortalidade e saber exatamente o que se quer fazer antes que ela chegue. Porque, meu caro, ela vai chegar.

Atwood está com 75 anos, e continua escrevendo. Recentemente, eu fiz 30 e estou indo pra mais um país da minha lista...


Que venham os próximos prazos!


terça-feira, 12 de maio de 2015

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segunda-feira, 11 de maio de 2015

MONTEVIDÉU

Como eu já havia dito no texto sobre Rivera, "creio que todo gaúcho ama o Uruguai. Compartilhamos de uma cultura similar, de uma vegetação similar, de um clima tão similar... Nossa bebida mais amada é a mesma, mesmo que com sabores um pouco diferentes. Nosso prato mais amado é o mesmo, mesmo que preparado um pouco diferente. Somos igualmente resilientes quanto ao duro inverno, igualmente dependentes do trato com os cavalos e o gado..."

Chegando em Montevidéu, o aeroporto nos remete a 10 anos no futuro. Porém, ao sair dele e pegar um ônibus até o centro, a sensação é de ter voltado 20 anos no passado.

O ônibus era muito antigo, com bancos em couro já rasgados. O motorista se mostrou amigável, e nos confirmou que estávamos na linha certa. Ao sentarmos, observei que todas as janelas estavam fechadas, pois era inverno e fazia muito frio. A maioria das pessoas locais carregava uma garrafa térmica e um mate, numa cuia muito menor e mais arredondada do que eu estava acostumada. Alguns tomavam seus mates muito sérios, fitando a janela. Outros, falavam do tempo e da política.

No caminho, muros pichados com a frase “Avante Celeste” nos lembravam que a Copa havia recém passado. E que nuestros hermanos Uruguayos também levam futebol a sério.

Um hotel muito simples, com um colchão esburacado, no entanto, dava provas de um passado glorioso, nos seus corredores decorados com papel de parede italiano e pinturas barrocas.

O passado também está nas ruas, monumentos bem cuidados em cada esquina, prédios antigos em pleno funcionamento.

No Mercado do Porto, a comida é uma revelação, não só em sabor, mas na maneira de ser preparada. O churrasco é quase uma grelha, ou nem isso... Na carne deles, muito menos sal que a nossa, e, justo por isso, muito mais sabor. Ovos cozidos, queijos e pimentões marcam quase todas as receitas uruguaias. Mas um medio y medio, certamente, é o arremate perfeito.

Do lado de fora do Mercado, apresentações de Chula e de Boleadeiras me enchem os olhos d’água, e eu aplaudo gritando, quase sozinha. Só então, já envergonhada, noto que os turistas Estadunidenses não acharam a performance tão impressionante assim.

Mas eu não me importo, acho essa cultura que compartilhamos linda. Não me importo com os carros antigos, nem com alguma sujeira nas ruas. Tudo bem que a estrutura turística não é perfeita, e que, às vezes, nem tudo que se precisa está ao imediato alcance. Um gaúcho entende. Um gaúcho perdoa.


...

Fotos 1, 2, 3 e 4 de Fabíola Batista








sexta-feira, 8 de maio de 2015

MULHERES VIAJANTES

A convite da Woman Trip, rede que conecta mulheres que viajam (ou querem viajar) sozinhas, vou falar de algumas amigas aqui no blog.

Como eu nunca viajei sozinha (ainda!), decidi entrevistar algumas amigas que já viajaram. Desenvolvi perguntas que atiçam a minha curiosidade sobre esse tema, mas sinta-se a vontade para fazer mais perguntas nos comentários.


Para iniciar essa série de entrevistas, conversei com a Milene Maciel, colega escritora, que conta pra gente com poesia e humor como foi se aventurar sozinha por este mundo.

Abaixo, seguem a biografia e a entrevista da Milene Maciel, e, de lambuja, 7 dicas para quem quer viajar sozinha!



A quem interessar possa, meu nome é Milene Maciel, nascida há bons 29 anos na cidade de Araranguá/SC, onde vivi até os 28, enquanto sonhava em viver em outro país. Alimentava esse desejo desde os 15 anos, sem saber explicar de onde veio essa vontade. Hoje moro na Irlanda como estudante de Língua Inglesa e trabalho como babá. Tenho formação na área de línguas e minha principal atuação se dá na redação e revisão de textos. Sou escritora quando quero e essa é uma das minhas paixões. A outra eu descobri recentemente: viajar. Neste ano, idealizei, planejei e executei sozinha três viagens, e é um pouco sobre essa experiência que contarei a seguir. Os destinos foram Liverpool, Londres e Lisboa.

1. Na sua primeira viagem sozinha, qual foi o preconceito/medo mais difícil de superar?

O fato de estar morando em outro país e rodeada de muitas pessoas que estão no mesmo contexto (de intercambistas, no caso), privou-me dos preconceitos que eu sofreria se estivesse vivendo na minha cidade natal, junto da minha família e dos amigos. Com certeza, lá as pessoas me chamariam de louca e me alertariam de todos os riscos que se corre ao fazer uma viagem sozinha. Por aqui, tudo o que eu tive foi apoio e desejos de boa viagem. Acreditem: isso faz toda a diferença! Claro que em conversas com minha mãe, ela ficava repetindo “meu Deus!!” a todo momento, mas é preciso ter paciência com essas preocupações. Os preconceitos vêm sempre em forma de julgamentos, que podem gerar desmotivação e a perda da autoconfiança, essencial quando se trata de fazer uma viagem sozinha. É importante encontrar uma forma de não internalizar essas criticas, sem também gerar confrontos nos relacionamentos, pois essas pessoas, as julgadoras, na grande maioria das vezes, apenas ignoram outras formas de ver e viver a vida. Ao rebater ou criticá-las, ainda que seja para nos defender, também nos tornamos julgadores.

Os medos, no meu caso, eram tantos, que não conseguiria citar todos. Mas, eu arriscaria dizer que o principal problema é o fato de a mulher se sentir desprotegida e indefesa quando sozinha. Na verdade, não acredito que seja um sentimento. Vejo isso como nossa realidade, infelizmente. Meu maior medo foi e ainda é de sofrer abuso sexual. Durante as três viagens, vi-me em situações de risco que, só de lembrar, dão um arrepio na espinha. Como caminhar às 4 horas da manhã em uma rua completamente deserta. Ficar perdida e sem bateria no celular à noite. Dar de cara com um homem fazendo gestos obscenos em um beco numa escadaria citada como perigosa. Sofrer agressões verbais de um homem por um simples equivoco. Todas situações em que me senti vulnerável enquanto mulher.

Entre outros medos, poderia citar a violência no geral, como, por exemplo, assaltos, os quais, além do susto, podem gerar uma tremenda dor de cabeça, principalmente com relação ao roubo de passaporte, cartões, etc.

Há ainda alguns medos mais corriqueiros, mas não menos assustadores, como se perder ou perder um vôo, não conseguir se comunicar na língua nativa, etc. Esses últimos geralmente provocados por um sentimento de incapacidade, alimentado continuamente em nossas vidas. É o mesmo medo que nos impede de empreender, superar obstáculos e evoluir. Diria que é um medo do fracasso.

2. Como viajar sozinha mudou suas viagens conseguintes (solo ou não)?

Viajar sozinha me despertou um sentimento de independência e capacidade, os quais acredito terem sido ampliados nas viagens sozinhas que realizei posteriormente. Ainda não viajei acompanhada desde as três viagens solos, mas, com certeza, esses sentimentos também se manifestarão e poderei, inclusive, sugerir uma separação durante a viagem, e, assim, conhecer algum lugar que a outra pessoa não tenha interesse. Uma vez que você rompe a barreira, sente-se livre para ir ou fazer o que quiser.

3. Qual foi a maior auto-descoberta que viajar sozinha lhe trouxe?

Que eu deveria ter prestado mais atenção às aulas de Geografia. Nunca vi alguém tão geograficamente perdido como eu, o que acaba implicando em não saber usar o GPS. Aliás, uma outra grande descoberta é nossa dependência com relação à tecnologia. Não viajaria sozinha hoje sem um aparelho de GPS. Mas tenho tentado também usar o mapa impresso da cidade para desenvolver uma segurança que possa futuramente me livrar dessa “falsa” necessidade do uso da tecnologia.

4. Qual é a melhor característica de viajar solo?

Sem dúvidas, a liberdade. Você pode usar apenas o seu relógio biológico, sem ter de consultar o de mais alguém. Você pode comer onde, o que e quando quiser. Pode definir quais locais quer visitar e na ordem que achar melhor e, caso mude o roteiro, isso não lhe trará nenhum problema. Você pode, por exemplo, encontrar uma vista bonita no caminho, sentar-se lá por horas e apreciar, deixando de visitar uma atração turística que estava no roteiro. Ninguém está a sua espera. Não há por que se desculpar. Se tem alguém que dará ordens, esse alguém será o seu estômago, mas como costumo dizer para o meu: “com todo prazer, meu senhor”.

5. E a pior?

A falta de ter com quem compartilhar tudo o que se está vivenciando. Você pode falar sobre uma viagem, mostrar fotos, fazer indicações, mas a vivência é algo que não se pode transmitir. Então, há momentos em que todas as pessoas a minha volta estavam interagindo e me senti completamente perdida. Tem também os momentos de insegurança e medo, os quais tive de driblar com confiança e fé, esta que milagrosamente apareceu para mim. E, por último, caso você ame tanto fotografia quanto eu, sentirá falta de alguém que possa registrar seus momentos durante a viagem. Problema que eu tenho resolvido com meu celular na opção timer, uma vez que não me sinto confortável posando para um estranho.

6. Qual foi o maior aprendizado de vida que viajar sozinha lhe ensinou?

Que nós mulheres não podemos mais permitir que esse sentimento de inferioridade nos torne refém de uma vida sem autoconfiança e coragem. Quando me refiro à inferioridade, não estou levando a questão ao mérito de machismos ou feminismos; refiro-me apenas a fatores físicos e de defesa, considerando também o fato de que somos vistas como um objeto sexual, o que nos expõe ainda mais a riscos de violência. Aprendi que, apesar de fisicamente indefesas, fazendo uso de nossa sabedoria, praticidade e discernimento, somos capazes de driblar esse medo alimentado diariamente por manchetes ao redor do mundo. Registrarei abaixo algumas dicas para você mulher que está pensando em fazer sua primeira viagem sozinha. É importante saber que uma das minhas prioridades em viagens é a economia, portanto, não conto com confortos extras que possibilitariam uma viagem mais segura e tranquila, como o suporte de agências, por exemplo.

1) Pesquisa e planejamento. Leia sobre o destino de seu interesse. Aspectos como segurança e modo cultural como a mulher é vista no local são fatores que podem influenciar na sua decisão.

2) Roteiro. Tenha em mente os locais que você quer conhecer, a proximidade entre eles e quais meios de transporte você usaria para se locomover. Isso fará com que você ganhe tempo e não se exponha a situações de risco.

3) Maps/GPS. Esses são recursos, a meu ver, indispensáveis. Marque os pontos turísticos de seu interesse e use o GPS para checar se você esta na rota certa. Caso use o aparelho celular, tenha uma bateria extra ou um Power bank. Assim, você evita o stress de ficar sem os recursos numa hora de necessidade.

4) Menos é mais. Carregue o mínimo possível. Leve apenas o peso que você consegue carregar por algumas horas, caso precise caminhar um tempo com sua bagagem. Eu já abri mão da bolsa de mão, mas, caso você queira usá-la, evite as de costas ou aquelas laterais que ficam levemente voltadas para as suas costas, pois alguém pode abri-la sem que você perceba. Pergunte ao local onde você se hospedará quais facilidades eles oferecem e, assim, você evita carregar peso desnecessário (secador de cabelos, toalhas, etc.).

5) Idioma. Conseguir se comunicar é um fator que pode fazer com que você se sinta mais segura. Estude o básico do idioma local ou, no mínimo, inglês, que arriscaria definir como a língua dos turistas.

6) Localização. Antes de fazer a reserva de sua hospedagem, veja a localização em relação ao centro da cidade e leia os reviewers disponíveis a respeito do local, pois, às vezes, o estabelecimento é bem localizado em termos de distância, mas não de segurança. Isso aconteceu comigo em Liverpool e Lisboa.

7) Boca fechada não entra mosca. Fazer uma viagem sozinha é uma grande experiência, mas deixe para compartilhar isso com seus amigos. Não comente com todos a sua volta que você está absolutamente sozinha. Isso pode lhe colocar em situação de risco, pois infelizmente não podemos confiar plenamente nas pessoas. Cuide também ao pedir informações pelas ruas, pois os mal intencionados podem lhe ver como um alvo fácil.

Durante as experiências que vivi, percebi que segurança demasiada pode ser também um fator de risco. Não podemos ignorar os perigos apenas porque decidimos ter coragem. O sensato é encontrar um equilíbrio, seguir seu feeling, mulher tem muito disso. Tenho certeza de que você encontrará os sinais que a conduzirão a uma viagem tranquila e rica, em muitos aspectos. Pequenos incidentes, micos e contratempos fazem parte e serão histórias para contar. Boa viagem!



quarta-feira, 6 de maio de 2015

A LICENÇA POÉTICA QUE O Airbnb PODE SER

A Serra Gaúcha foi minha primeira viagem nesse mundo. Em 2007 estive lá acompanhada do então namorado, hoje meu esposo. Com ele, uma mochila nas costas e umas poucas economias. Mas eram minhas, a mochila e as economias.

Desde então, já viajei para quase 10 países da minha lista de Top 20. Mas voltar à Serra Gaúcha é um ritual do qual não abrimos mão. Neste maio, ao completar 8 anos juntos, fomos lá novamente.

No entanto, com as economias ainda mais contidas, dada uma viagem internacional que se aproxima, decidimos usar o Airbnb, sistema online de aluguel de quartos em casas de moradia, pela segunda vez.

Para evitar os preços da famosa Gramado, pesquisei pela sua irmã menos famosa, mas não menos formosa, Nova Petrópolis. Na lista de acomodações, uma foto estonteante do vale do Caí me fisgou: era um ângulo de cima, com profundidade e amplitude, mas ainda sem interferir naquela natureza toda. O ponto de vista de quem admira tanto que nem quer tocar, para não estragar algo que já nasceu pronto, e perfeito.

Decidimos celebrar nosso pequeno ritual lá. Uma das melhores decisões que já tomamos.

A cidade é organizada, limpa, calma e decorada com flores. O bairro onde nos hospedamos também. Mas confesso que, ao chegar na casa, nunca imaginava conhecer tanta gente de coração bom, que sabe do privilégio que tem ao conviver com aquele lugar.

Fomos recebidos pela Juliana, seus pais Clara e João, e o irmão de Clara, Flávio, com um sorriso do tamanho do vale. Aos sorrisos, se seguiram abraços apertados, convites a um café e uma conversa longa e divertida. Todos eles têm o hábito de viajar, têm experiência em hospedagens pelo mundo, boas histórias para contar.

Logo, Flávio já estava tocando piano, enquanto compartilhávamos um pouco da nossa história juntos.

À noite, um chimarrão e, em volta dele, fico sabendo que aquela casa, aquele destino não eram por acaso, muito menos levianos: Clara e João sonharam por mais de 25 anos com aquela vista, com aquele projeto de vida. Vê-se um carinho imenso nos olhos deles ao falarem do lugar, sente-se a gratidão que eles têm pela honra que é cuidar daquele pedaço de terra, seu paraíso particular.

Privilégio e gratidão por tê-lo, são, de fato, o que se sente lá. Mas mais que isso, saber que alguém que goza dessa vantagem decidiu compartilhá-la com outros, é mesmo admirável. Permitir que outras pessoas façam parte do seu sonho e usufruam do seu projeto de vida é um desprendimento para poucos. E, para mim, poder fingir, mesmo que por dois dias, que aquele sonho também era meu foi memorável.

Sempre digo que é viajar o que me impede de perder totalmente a fé na raça humana. E é mesmo.