Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Gatos Toscanos

Meu amor por gatos nem sempre esteve comigo. Quando criança, não tínhamos animais de estimação. Acho que isso era um reflexo do fato de morar no interior, e que ter animais significava, para a maioria dos moradores, ter animais para consumo.

Primeiro tivemos cães, já morando na "cidade grande" chamada Araranguá. Mas um belo dia uma gata preta, experiente e malandra, foi se chegando com seu filhote e ficou conosco por um tempo. Depois que ela foi se aventurar por outros destinos, uma outra gatinha cinza, com os olhos azuis mais expressivos do mundo chegou miando uma certa tarde e ganhou nossos corações. Nina ficou conosco por quase 10 anos.

Quando casei, passei alguns meses sem nenhum bichinho em casa. Certa vez, um sábado à noite em que meu esposo e eu tomávamos um vinho e assistíamos às nossas séries preferidas eu disse: "Sabe o que está faltando? Um gato". Adotamos um gato logo depois.

Mais do que amor, tenho admiração por gatos. Gatos são elegantes, atléticos, ágeis e têm um auto-respeito invejável. Daí vem a admiração que faz com que eu queira fotografar e acariciar todos os gatos que passam pelo meu caminho. Os amigos que viajam conosco devem achar estranhíssimo quando saímos do roteiro só para ver um gato.

Na Toscana, descobri que, aparentemente, italianos adoram gatos. Eles estavam por toda parte e nem se importavam com as centenas de turistas. Em alguns vilarejos, eles eram mais populosos que os seres humanos.

Segue abaixo, então, minha "foto-homenagem" aos gatos que fazem a Toscana ser o destino mais charmoso da Itália!





A sequência abaixo aconteceu em um restaurante em Sant'angelo in Colle, em Montalcino, e me fez lembrar o grande viajante, escritor e chef Anthony Bourdain que sempre diz que os melhores restaurantes têm um cão ou um gato dormindo pelo chão ou em uma das cadeiras... Na primeira foto, vemos o gato esperando na porta da cozinha do restaurante, e depois, satisfeito, dormindo entre as mesas da rua.






Mr. Jones
Queria ter a graça dos felinos
e aqueles olhos que compreendem tudo.
Pleno estado de paz ao sol,
nenhuma altura instransponível
e quedas que não se conseguem fatais.
De repouso a alerta em um segundo
e total descaso com opiniões alheias.
Entretanto,
mesmo com músculos bem menos ágeis,
com auto-estima atrofiada
ou com a graça de um porco-espinho
há que se aprender
que aprender
não é opcional.

Ana Raspini

sábado, 22 de agosto de 2015

PRÊMIO LIEBSTER



Uhuul! Fui nomeada para o Prêmio Liebster pela Kay, do iTravelista! Obrigada, querida!

O Prêmio Liebster é dado a blogs iniciantes por outros bloggers como uma maneira de descobrir gente nova, além de conectar e apoiar a comunidade blogueira!

Mas isso não é tudo: Cada blogger nomeado deve criar 11 perguntas para os outros bloggers responderem. Além disso, a pessoa também precisa nomear outros 11 blogs que ela goste!

Essas são as perguntas que me deram:

1. Qual foi o lugar mais legal/agradável que você esteve?

Eu amei muitos lugares que visitei: Portugal, Alemanha, Uruguai... Mas acho que meu preferido foi a Alsácia, na França. A Alsácia tem uma combinação tão perfeita de bons vinhos, comidas incríveis, bela arquitetura e aquela tranquilidade de interior que eu me mudaria pra lá sem pensar duas vezes!

2. Qual foi a pior situação pela qual você passou em viagem:

A pior situação pela qual passei foi, sem dúvidas, quando meu esposo (noivo na época) e eu estávamos vindo da Alemanha (de onde ele é) para o Brasil (de onde eu sou) para casar aqui. Meu esposo havia comprado apenas uma passagem de vinda, afinal, ele planejava morar no Brasil. Entretanto, sendo um cidadão europeu, as autoridades na Espanha não queriam deixar ele entrar no voo porque ele tinha que ter uma passagem de volta pra Europa em até 3 meses, o que ele não tinha! Nós estávamos com o casamento marcado para dali 2 semanas, e eu comecei a achar que teria de voltar pro Brasil sem ele! Por fim, conseguimos comprar uma passagem caríssima de volta, a qual mal conseguimos reembolso depois. Nós nos casamos 2 semanas depois desse episódio e moramos juntos no Brasil há 6 anos.

3. Que câmera você usa:

Estou apenas começando: Nikon 5100.

4. Qual foi o momento mais memorável das suas viagens?

Ah, foram tantos... Mas como comida é muito importante para mim, vou ter que dizer que meu momento mais memorável foi comer o melhor bolo de chocolate do mundo, que é o do restaurante "Pão, Pão, Queijo, Queijo" em Lisboa, sentada numa calçada de Belém, olhando o mar e a Torre de Belém. Aquilo mudou a minha vida!

5. Qual foi sua pior experiência com comida num país?

Não foi bem num país, mas num voo da Air China, onde nos ofereceram arroz e peixe para o café da manhã! Foi muito estranho!

6. Como você conseguiu coragem para sua primeira viagem solo e pra onde foi?

Eu, infelizmente, ainda não tenho experiência em viagem solo. Sempre viajo com meu esposo ou amigos, mas eu quero muito passar por essa experiência um dia!

7. O que você mais usa para se hospedar: AirBnB, algerques, couchsurfing ou hotéis?

Eu geralmente fico em albergues, mas já tive duas boas experiências com o AirBnb.

8. Conte-nos 11 fatos curiosos sobre você.

1) Sou brasileira, mas do sul do país, e isso quer dizer que neva na cidade onde nasci;
2) Aprendi inglês sozinha quando era adolescente usando músicas;
3) Sou casada com um alemão;
4) Sou uma brasileira que odeia futebol e carnaval;
5) Tenho medo de borboletas e alienígenas;
6) Tenho um Mestrado em literatura de língua inglesa;
7) Sou ativista animal;
8) Sou professora de inglês há 12 anos, mesmo tendo só 30;
9) Falo 5 idiomas;
10) Eu realmente tenho uma lista no meu computador chamada "TOP 20", com os 20 principais países que eu quero conhecer;
11) Já estive em 10 dos 20 países da minha lista.

9. Qual seu aplicativo de viagem preferido?

Eu adoro o Trip Advisor. Acho que experiência pessoal é uma maneira maravilhosa de avaliar um destino. Eu geralmente procuro no site por alguém com opiniões parecidas com as minhas, e quando encontro, levo os conselhos dele(a) super a sério.

10. O que você aprendeu sobre si mesma viajando?

Aprendi que sou insignificante num mundo imenso e complexo, mas que, ao mesmo tempo, tenho o privilégio de viajar e testemunhar tamanha complexidade e beleza.

11. Sua foto preferida?


Essa foto tem tudo o que eu amo: castelos, janelas, reflexos, folhas secas...

Aqui vão as instruções para os meus nomeados:

Crie uma postagem no seu blog respondendo às perguntas que eu vou providenciar abaixo.

Na postagem, lembre-se de fazer um link e um agradecimento ao site que te nomeou, ou seja, eu! (Facebook e Blog).

Depois de responder às minhas 11 perguntas, faça outras 11 perguntas para os seus nomeados.

Selecione, liste e forneça links de 11 outros blogs iniciantes e dê a eles essas instruções.

Avise seus nomeados e forneça a eles o link da postagem para eles saberem o que fazer.

Quando terminar, volte neste post e coloque o link para a sua postagem, assim eu poderei ler suas respostas!

Aqui estão minhas 11 perguntas:

1. Você já sofreu algum tipo de preconceito viajando sozinha(o)?
2. Como viajar sozinha(o) mudou suas viagens com amigos/esposo(a)/namorado(a)?

3. Houve algum lugar que você visitou no qual você sentiu uma conexão imediata e quis morar lá para sempre? Onde?
4. Conte-nos sua melhor E pior experiência culinária em viagens. Onde e por quê?
5. Mostre-nos sua melhor foto de viagem.
6. Conte-nos sua melhor experiência com vinho ou cerveja em viagens. Onde foi, como foi?
7. Conte-nos sua memória mais feliz de viagem.
8. Como você se comunica num país cujo idioma você não entende? Você usa inglês ou tenta aprender algumas palavras do idioma local?
9. Faça uma lista dos TOP 5 lugares mais lindos que você já visitou (seja específico!).
10. Conte-nos 5 fatos curiosos sobre você.
11. Qual foi a maior e mais profunda descoberta que você fez de si mesmo(a) enquanto viajava?

Meus nomeados:

Como o blog é em inglês e em português, dividi os nomeados por idioma:

5 em Inglês:


Diana Corridori do http://vinovitaviaggi.com/

Katy do http://www.wanderingwithwine.com/

Swati Saxena do http://lostinmaps.com/
Nika Dobrovolna do http://www.nextstopabroad.com/
Cristian Figueroa do https://mytrippingsoul.wordpress.com/ (em Inglês, Espanhol e Português)

E 6 em Português:


Milene Maciel do http://www.transitividadepessoal.com/

Rafael Souza do http://rafeudes.wix.com/bragt
Thais Sores do http://quandonietzschegargalhou.blogspot.com.br/
Gabriela Schotten do http://pagina51.blogspot.com.br/
Fernanda Castelo Branco do http://vontadedeviajar.com/
Adriano Gonçalves do http://www.essenciadasletras.blogspot.com.br/

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Aquele que Ficou pra Trás

Tenho certeza que você já ouviu falar de uma síndrome que acomete o turista que é caracterizada pela vontade de adicionar um milhão de destinos a uma pequena viagem. Você olha para o mapa e vê tantas coisas interessantes próximas à sua rota que você decide adicionar CADA UMA DELAS ao seu itinerário. O problema é que você é dependente do tempo, e a noção de tempo que você tem em mente é muito diferente do tempo da vida real. A Camila e o Marcos, do Embarque Autorizado, chamaram essa síndrome do curioso termo "síndrome-cupim".

O tempo voa e você luta para manter o roteiro como planejado, mas isso só serve para visitar os lugares rapidamente, ou seja, superficialmente. Ou isso, ou pior: você acaba desistindo daquele destino no meio da viagem. E a gente SEMPRE se arrepende disso depois...

Eu aprendi isso da pior maneira possível: desistindo de Giverny na viagem a Paris por falta de tempo, desistindo de Colonia del Sacramento numa viagem a Montevidéu pela mesma razão... E agora eu tenho que viver com a dúvida de me perguntar se eu, um dia, terei tempo para visitar esses lugares de novo e recuperar o que perdi...

No entanto, talvez pior do que desistir de um destino já em trânsito, seja descobrir a existência de um lugar incrível bem próximo ao seu roteiro DEPOIS que você volta pra casa.

Sim, isso já aconteceu comigo mais de uma vez, e essa confirmação repentina sempre me dá uma sensação de estupidez! Se eu pesquisei sobre aquele lugar por meses, como eu deixei aquele destino sensacional escapar?!

Deixe-me mencionar o exemplo mais recente. Planejamos uma viagem para a Itália por mais de um ano (!) com amigos e achávamos que tínhamos um grande itinerário em nossas mãos: alguns dias em Roma, ver a Toscana com calma, terminar a viagem em Veneza e Verona. A viagem foi incrível, claro! É muito bom visitar um lugar com o qual você sonhou a vida inteira! Entretanto, um mês depois de voltar da Itália, pus meus olhos em fotos que mostravam as ruínas de uma igreja, a abadia de San Galgano, e pesquisando sobre ela no Google Maps descobri que as ruínas ficam a 25 quilômetros de Siena, onde ficamos por três dias!

Eu tenho uma fascinação por ruínas e, não sei bem explicar, especialmente ruínas que ainda têm paredes, porém não têm mais o teto. Como se o céu fosse a única coisa que devêssemos ter sobre nossas cabeças. As Termas de Caracala, em Roma, por exemplo, foram tão assombrosamente lindas para mim que eu ainda suspiro pensando nelas hoje. Lisboa também tem algo familiar, que eu também deixei pra trás: o Convento do Carmo. O Convento do Carmo são as ruínas de um convento sem teto no coração da capital portuguesa. Na época, decidimos deixar para ver o convento no nosso último dia na cidade, mas nosso último dia em Lisboa era o dia 24 de dezembro. O que nós não sabíamos é que, em Portugal, não apenas o dia 25 de dezembro é feriado, mas o 24 também! Quando chegamos lá o local estava fechado e eu quase chorei.

Fico realmente triste quando descubro tesouros escondidos logo depois de voltar de um lugar. Claro que eu tento ver isso de maneira positiva, que se um dia eu voltar lá terei algo novo e incrível para ver. Mas eu não viajo em tempo integral como algumas blogueiras, e me assusta um pouco pensar que talvez eu nunca tenha a chance de voltar para reaver o que perdi...

Você já passou por isso? Me conte sua história e como você se sente quando isso acontece?




Fonte: www.sangalgano.it

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Convento_do_Carmo_(Lisboa)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Nomes Próprios pelo Mundo

Nossos nomes nos identificam, nos igualam ou nos diferenciam. Eles fazem parte da nossa identidade e da nossa cultura, pois estão, de certa forma, ligados ao nosso idioma. Porém, um nome pode significar uma humilhação também. Existem os nomes que são tão complexos que o próprio portador do nome leva anos de sua infância para aprender sua grafia.

Alguns países possuem uma lista de nomes considerados "aceitáveis" para serem usados no batismo de uma criança. Portugal, por exemplo, só admite nomes que constem numa lista de nomes nacional ou que sejam adaptados graficamente à língua portuguesa.

De acordo com a Lina, do Conexão Paris, na França, até pouco tempo atrás, os pais tinham pouquíssimas alternativas de escolha que eram limitadas aos nomes de origem católica. Porém, esta lei francesa desapareceu. Veja a lista aqui.

Outros países, como a Islândia, a Alemanha, a Suécia, a China e o Japão restrigem os nomes que os pais podem dar a seus filhos pelo sexo, ou seja, uma menina deve ter um nome feminino, e um menino deve ter um nome masculino.

Já o Reino Unido e os Estados Unidos têm leis mais liberais. Pais americanos e britânicos podem batizar seus filhos com qualquer nome.

No Brasil, a escolha dos nomes não é tão liberal assim, mas também não é rígida. A lei de registros públicos, de 1975, diz que não há restrição quanto à escolha dos nomes, desde que não se exponha a criança ao ridículo.

Eu sempre digo aos amigos grávidos que escolham para seu filho ou filha um nome "internacional", ou seja, que seja facilmente pronunciável em qualquer idioma. Falo isso porque eu nunca tive problemas com meu primeiro nome em viagens. Quase todos os idiomas do mundo tem uma "Ana".

Eu acho delicado quando alguém tem um nome difícil de ser pronunciado em outros países ou em outros idiomas. Por exemplo, pessoas de um país de língua Inglesa terão problemas ao pronunciar o nome Guilherme, ou qualquer outro que tenha o som do "LH", pois esse som não existe no Inglês.

Uma outra coisa que me acomete e que eu odeio é o fato de ter nome duplo. Me chamo Ana Paula e nunca sei exatamente como a pessoa vai se referir a mim. Se gritam "Ana" na rua eu olho, se dizem "Paula" eu também olho, se falam "Ana Paula" também! É quase uma dupla personalidade!

O que você acha disso? Você já teve algum problema com o seu nome fora do Brasil? Conte sua história nos cometários!



terça-feira, 11 de agosto de 2015

Casamento de Duas Culturas

A Rode, do blog Entre Duas Culturas, escreveu há algum tempo um texto chamado “Casamento Binacional”, sobre seu casamento com um alemão. Rode mora na Alemanha e já falava alemão antes de conhecer seu esposo.

Vivo um caso parecido com o da Rode, porém ao contrário: Sou brasileira, casada com um alemão, mas moramos no Brasil e falamos português em casa. Inspirada no texto da Rode, vou falar (um pouco) das minhas impressões sobre compartilhar a vida com alguém de uma cultura tão diferente da minha.

Deixa eu começar falando das coisas que são rotineiras, aquelas diferenças em que esbarramos diariamente. Alemães tomam banho pela manhã, brasileiros tomam banho antes de dormir (ou, pelo menos, eu e minha família fazemos assim). Eu tomo banho antes de dormir porque, para mim, a cama é sagrada, ela é limpa e deve permanecer assim para que meu sono tenha qualidade. Não imagino deitar na cama carregando toda a poeira de todos os lugares onde estive durante aquele dia. Eu achava estranhíssimo ele tomar banho pela manhã, e quando o questionava sobre isso, ele dizia que aquilo o ajudava a acordar. Porém, eu precisei ler o blog de uma Australiana que viveu no Brasil e fez um post sobre as curiosidades dos brasileiros para entender o porquê do banho matinal (juro que procurei pelo link, mas acho que ele se perdeu no cyber espaço). Lembro que ela dizia que não entendia como os brasileiros conseguiam acordar e sair na rua com o cabelo amassado da cama! Foi então que um outro mundo se abriu diante dos meus olhos! Depois da união dessas duas explicações, não acho mais o banho matinal estranho.

Outra coisa que levei algum tempo para me adaptar foram os eternos lenços de papel no bolso. Todo alemão carrega um lenço de papel (Tempo) no bolso e assoar o nariz é algo aceitável em qualquer situação, até na mesa do jantar! Confesso que eu também já carrego meu pacotinho de Tempo comigo o tempo todo, mas se preciso assoar o nariz na mesa, viro pro lado e tento não fazer barulho.

Uma diferença que eu, na verdade, admiro é a capacidade do alemão em dizer “não”. Vocês já notaram que brasileiros não dizem “não”? É sempre “talvez mais tarde”, ou “quem sabe amanhã”, ou “vou ver com fulano”... Eu, honestamente, acho pouco saudável essa incapacidade de dizer “não”. O brasileiro acha que o “não” é mal-educado, que declinar um convite é rude e acaba fazendo coisas que não quer! Alemães dizem “não” assim, na cara, sem rodeios, e não ache isso grosseiro, pior seria dizer “sim” sem querer!

Mas também existem similaridades, muitas, aliás! Meu esposo nasceu e cresceu numa cidade pequena, com aproximadamente 13 mil habitantes. Uma cidade tranquila, com natureza ao redor. Ele não foi o tipo de criança que acreditava que vacas são lilases porque a vaca do chocolate Milka é lilás! Eu sou do interior, do meio do mato mesmo, e gosto muito desse traço em comum que temos. Seria muito difícil me identificar com um cara urbano, que nunca viu um cavalo ou que nunca comeu fruta do pé.

Outra semelhança que temos é a culinária. Meu esposo vem de uma família com tradição de cozinhar, de fazer coisas caseiras: geléias, bolos, biscoitos... A família dele gosta de carne e consome, principalmente, carne de porco. Se ele fosse vegetariano, seria, com certeza, um problema para minha família gaúcha-carnívora-churrasqueira.

É claro que, às vezes, é chato o fato de ele não entender citações da TV Colosso ou piadas do Chaves, ou não ter assistido aos mesmos desenhos animados que eu assisti. Mas fico feliz por ele já conhecer Sepultura e ter aprendido a gostar de Engenheiros do Hawaii. E eu estou aprendendo a gostar de Rammstein.

Não é possível mencionar num único texto todos os nuances da interação diária entre duas culturas. Quem sabe um dia eu escreva um adendo, ou mais. Mas se existe alguém aí na dúvida sobre encarar um relacionamento com alguém de outro país eu digo: vai fundo! Viver com alguém de outra cultura é um aprendizado diário, uma redefinição contínua sobre quem se é e porque fazemos as coisas do jeito que as fazemos, um eterno redescobrimento da raça humana!

sábado, 1 de agosto de 2015