O garçom francês é francês mesmo, nasceu e cresceu no local. Ele come bem e conhece boa comida desde criança. Ele vai saber responder todas as suas perguntas sobre o prato, e vai sugerir bebidas para acompanhá-lo.
No entanto, o garçom francês tem um ritual muito peculiar, e desconhecido da maioria dos brasileiros. Você não deve, jamais, chamar o garçom: ele ou ela virá até você. Chamá-lo significa irritá-lo profundamente, significa apontar o trabalho que ele sabe que deve fazer. Mas ele o faz com arte, no seu tempo. Faz parte da experiência.
Uma outra coisa importante: o cardápio. O garçom entrega o cardápio ao cliente, mas não volta à mesa até que o cliente o feche. Cardápio aberto significa que você ainda não escolheu. Cardápio fechado significa que você já sabe o que quer. Mesmo assim, o garçom virá quando puder, e quiser. Não o apresse.
Finalmente, a lenda do garçom rude. Cheguei à França psicologicamente preparada para ser mal atendida pelos garçons, e para ter a tentativa de comunicação em inglês negada. Ledo engano. Para mim, em 2014, a lenda se quebrou. Fui bem atendida pela grande maioria dos garçons e garçonetes que conheci. Todos eles aceitaram falar inglês comigo de bom grado, mas depois de um “bon jour”, é claro! A maioria deles, inclusive, desenvolveu uma simpatia conosco a ponto de perguntar de onde éramos, dados nossos traços físicos tão distintos, meu esposo e eu. Pergunta esta que eu sempre devolvia, e sempre recebia a mesma resposta: - Daqui.
O garçom francês tem orgulho de ser garçom, de trabalhar diariamente com comida de tal qualidade e requinte, de fazer parte da experiência de viagem de milhares de pessoas. Ele tem orgulho de mostrar que é local e de transformar o serviço em arte. Mas, por favor, não o apresse...
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Foto No 1 de Meiry Peruchi
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