Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Malacara e Rio do Boi: Duas Trilhas em Praia Grande/SC

Falei aqui recentemente do Parque Nacional dos Aparados da Serra e das suas duas trilhas, que são auto-guiadas, e pela parte superior do canyon.

Agora quero falar das muitas trilhas existentes na parte inferior dos canyons. Nesta matéria, vou focar em duas trilhas que existem partindo da cidade de Praia Grande, em Santa Catarina.

Em breve, falarei também de duas trilhas a partir da cidade de Jacinto Machado, também em Santa Catarina.

Nessas trilhas por dentro dos canyons, é necessário estar acompanhado de um guia. Essa região pode ser perigosa, e pessoas já morreram por se aventurarem sozinhas por lá. Por isso, contrate um guia. Os preços dos guias variam de 60 a 75 reais por pessoa.

Em Praia Grande, eu recomendo o guia Paulinho, da empresa Verdes Canyons. O guia Paulinho tem um conhecimento extenso, tanto histórico quanto geológico, da região.

Fiz as duas trilhas abaixo na sequência na qual as citei, e creio que essa é a sequência que todos devem fazê-las: a trilha do Malacara é uma ótima prévia, e treinamento, para a trilha do Rio do Boi.

Trilha do Malacara:

Esta trilha tem duração média de 4 horas e é feita em terreno plano. Apesar de ser junto de um rio, a probabalidade de que você se molhe é pequena. Creio que a maior dificuldade dessa trilha seja andar pelas pedras do rio, que são redondas e um tanto traiçoeiras: se você não apoiar o pé da maneira correta, pode cair.


Ao final da trilha, você verá os primeiros paredões do canyon Malacara e poderá nadar nas piscinas naturais e limpíssimas da região.

Nível de dificuldade: Moderada




Trilha do Rio do Boi:

Essa trilha dura, em média, 8 horas para ser feita (ida e volta). Ela é uma das mais difíceis da região. O terreno, apesar de irregular, é plano na sua maior parte. É preciso cruzar o rio 18 vezes (9 na ida, 9 na volta), o que dificulta a caminhada em dois sentidos: andar com as botas molhadas não é tão confortável, e se for uma época de chuvas, o nível da água do rio estará alto e a correnteza estará forte. Existe uma ténica para cruzar o rio de maneira segura que é dando a mão para os companheiros.

Essa trilha entra, de fato, no canyon Itaimbezinho, o que significa  uma vista de tirar o fôlego. Olhar pra cima e ver um paredão de 700 metros de altura assusta e encanta.

Nível de dificuldade: Pesada.







O que levar nas trilhas:
Vídeo
- roupas de caminhada;
- bota de caminhada com meia;
- roupa para banho no rio (nos casos em que isso se aplica);
- roupa e calçado reserva para trocar no retorno da trilha;
- mochila pequena de costas;
- toalha, boné, filtro solar, repelente de insetos;
- máquina fotográfica;
- lanche (sanduíches, frutas, barras de cereal, chocolate);
- garrafas de água.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Parque Nacional dos Aparados da Serra

Também conhecido por Itaimbezinho, o Parque Nacional dos Aparados da Serra fica na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, separando os municípios de Praia Grande (SC) e Cambará do Sul (RS). Itaimbezinho é, na verdade, o nome de um dos canyons protegidos pelo parque.

O parque abre de terça a domingo, das 8h às 17h, mas o que poucos sabem é que não adianta entrar no parque muito depois das 10h da manhã no verão ou meio-dia no inverno.

Sabe por quê? Porque o choque do ar frio de cima da serra se condensa ao entrar em contato com o ar quente do pé da serra, ocasionando forte neblina. Os moradores daquela região chamam a neblina de "cerração" ou "viração".

Muitas pessoas ficam frustradas ao chegar no parque e se deparar com uma visibilidade quase zero.

Por isso, acorde bem cedo e chegue no parque quando ele abre, às 8h, para um passeio inesquecível!

O parque oferece duas trilhas:

Trilha do Vértice: Esta é a trilha mais curta, em menos de uma hora de caminhada é possível chegar a um mirante e ver duas cascatas impressionantes: a das Andorinhas e a Véu de Noiva.




Trilha do Cotovelo: Esta trilha é a mais longa, pode levar de 1h30 a 3 horas e tem vista para paredes longas e impressionantes do canyon.




Essas duas trilhas são as que o parque oferecem, são na parte superior do canyon e são auto-guiadas, ou seja, você as faz sozinho.

Existem outras trilhas mais complexas que você pode fazer na parte de baixo dos canyons. Em Praia Grande, entre em contato com o Paulinho, da Verdes Canyons para fazer a Trilha do Malacara, a belíssima Trilha do Rio do Boi, entre outras, as quais eu pretendo mencionar aqui no blog em breve. Essas trilhas precisam ser feitas com guia, é proibido entrar sozinho nessa região baixa dos canyons por conta da sua periculosidade. 

Já que o passeio acaba cedo, entre meio-dia e 13h, minha sugestão é ir almoçar em Torres e finalizar o dia conhecendo a cidade. Falei do que fazer e onde comer em Torres aqui.

Serviço:
Parque Nacional Aparados da Serra
Rodovia SC-450, s/nº, Praia Grande - SC
Telefone: (54) 3251 1173 (54) 8133 4772
Site do Parque

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Missão de Viajante: Quebrar esteriótipos sobre o Brasil

Numa conversa no grupo das Travelettes, no Facebook, me peguei falando com mulheres do mundo inteiro sobre como estadunidenses respondem o nome do seu estado ou até cidade quando perguntados "De onde você é?" numa viagem.

Disse a elas que mesmo meu país sendo do tamanho dos EUA, ou do tamanho da Europa inteira, eu ainda prefiro responder apenas "Brasil".

Se a pessoa tiver mais interesse, ela que dê continuação à conversa. E o que geralmente se segue é a já tão esperada pergunta feita a brasileiros no exterior: "Você mora no Rio ou em São Paulo?"

Ao que respondo: "Nenhum dos dois. Sou do sul do país, lá onde neva!"

E a cara de choque das pessoas não tem preço!


Acho que nós somos um país grande demais e plural demais para que as pessoas continuem achando que o Brasil só se resume a futebol e samba.

Me sinto, de fato, a embaixadora do choque cultural brasileiro.

Adoro contar pras pessoas que não falamos Espanhol, ou que ODEIO futebol, ou que neva no inverno em algumas regiões!

Nenhum esteriótipo é justo, porque os esteriótipos são rasos, unilaterais, limitadores.

Que outros esteriótipos você já ajudou a quebrar sobre o Brasil?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Fotos profissionais em Paris

Registros fotográficos de viagem já são banais, quase todo mundo tem uma câmera acoplada ao seu celular.

Mas uma cidade romântica e que é o sonho de muita gente, como Paris, uma foto mais profissional tem muito valor.

Eu não havia planejado fazer um ensaio fotográfico na cidade, mas acabei sendo "cobaia" (no bom sentido) da minha amiga Meiry, que mora lá, quando ela dava seus primeiros passos na direção da fotografia.

Hoje, Meiry já dá passos mais firmes na fotografia e começou a disponibilizar seus serviços aos turistas que querem ser fotografados na cidade luz.

Mesmo quando tinha um equipamento mais simples, Meiry já demonstrava um olhar único e muito sensível sobre as coisas e as pessoas. Ela é nossa fotógrafa colaboradora aqui no Diário Lírico desde o início e agora pode registrar a suas viagem dos sonhos também!

E tem mais: Se você disser que é leitor do Diário Lírico de Viagem ganha desconto! 

São 5% de desconto por uma hora de ensaio, ou 10% se for mais de uma hora! Corre lá no site dela, que chama Flanerie, aliás, um termo bem fofo que ela explica no site, e dá uma olhada em outras fotos!

Seguem abaixo algumas das minhas fotos preferidas feitas pela Meiry! <3

Paris, França


Castelo de Hohenzollern, Alemanha
São José dos Ausentes, RS, Brasil
São José dos Ausentes, RS, Brasil
 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Virose na Viagem: Como sobrevivi ao Winter Bug em Londres

O Norovirus, também conhecido como winter vomiting bug (virose de vômito do inverno), ou apenas winter bug, é uma virose rápida, porém extremamente desconfortável, que acomete europeus no inverno.

Com as baixas temperaturas, os ambientes precisam ficar bem fechados para que o ar quente da calefação não escape, e é nesse ambiente propício que a virose é passada de pessoa para pessoa.

Depois de 4 dias em Londres, nos quais meu estômago estava aguentando bem, apesar da comida gordurosa e cerveja sem gás, comecei a sentir os primeiros sintomas. Foi durante o jantar do nosso quarto dia na cidade que eu comecei a ficar trêmula, mas achei que isso se devia à sangria que estávamos bebendo...

Depois do jantar, fomos caminhar pela Leicester Square e o desconforto só piorava. Ao chegar de volta ao hotel, tive as duas reações que geralmente se tem numa virose: vômito e diarréia. Porém, nunca na minha vida, eu havia tido as duas ao mesmo tempo!

Foi uma das piores noites da minha vida, obviamente. Mas acho que o pior é a sensação de estar "estragando" a viagem. Tínhamos um roteiro apertado, e o dia seguinte era pra ser o dia que sairíamos de Londres para conhecer Stonehenge e arredores.

Depois de uma noite com pouco sono, pois só saí do banheiro lá pelas 6h da manhã, acordei me sentindo como se tivesse bebido todas e sido atropelada por um caminhão! Mesmo assim, levantei, tomei um chá (a única coisa que conseguia ingerir), compramos um salgadinho tipo Stiksy* no caminho e seguimos para a estação de trem.

Foi uma boa decisão ter ido até lá, mesmo com poucas forças, mas assim que voltamos, por volta de 17h, eu só consegui deitar na cama e dormir.

O winter bug é violento, mas pelo menos é rápido. No dia seguinte a Stonehenge eu já me sentia melhor. Se expor ao mundo tem dessas coisas... O difícil era sorrir pra foto!

* Aquele salgadinho da Elma Chips chamado Stiksy é ótimo para 'salvar' o estômago em situações de vômito ou diarréia! Essa dica vem da Alemanha! ;)