Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

Minha foto
Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Bombinhas e seus tesouros (escondidos)

Já vou começar dizendo que não gosto de praia. Nunca gostei. Nem sei nadar.

Maaas... Bombinhas faz qualquer ser humano suspirar. Minha primeira impressão lá foi: - O Caribe estava aqui o tempo todo e ninguém me contou?!

Bombinhas é formada por 29 praias, quatro ilhas e dois parques ecológicos. Quando fui a Bombinhas pela primeira vez, fiz questão de pesquisar todas as praias, todas mesmo: olhei fotos de cada uma delas na Internet, perguntei a amigos, e, depois de muita pesquisa, escolhemos 11 praias para ver. Conseguimos ver as 11 praias em 3 dias, mas quase não sentamos em nenhuma delas para, simplesmente, contemplar. Grande erro. Praia é descanso e contemplação!


Por isso, agora que vou poder ir a Bombinhas de novo, e ainda mais como cicerone, decidi escolher apenas as 6 melhores, e deixar algum tempo reservado para relaxar.

Bombas e Bombinhas são as principais praias da região e onde geralmente o turista fica hospedado. Elas são praias lindas e que merecem a sua visita. Mas também vou falar de outras quatro praias, os tesouros mais belos da região, na minha opinião.

Vista de uma caipirinha de manga e da praia de Bombas

Minha lembrança mais feliz de Bombinhas foi a Praia do Ribeiro. Ela fica exatamente entre Bombas e Bombinhas e não pode ser alcançada de carro. Ela é uma minúscula praia de água cristalina que só tem acesso por uma trilha. A trilha talvez seja o que mantém a Praia do Ribeiro tão reclusa: pedras imensas beiram o mar e cruzá-las de chinelas e biquíni não foi uma experiência fácil. Lembro do dono da pousada dizendo que a trilha era de nível 6... Não, caro leitor, quando se tem que escalar uma pedra maior que você, não se trata de uma trilha de nível 6, muito menos se você tem de fazê-lo de chinelas hawaianas, de roupa de banho, num dia muito quente de verão. Mas o esforço é tão válido que você vai querer fazer tudo isso de novo, assim como eu pretendo. Ser um dos poucos corajosos a contemplar tamanha paz e beleza é uma das melhores sensações que existem!

Praia do Ribeiro

Praia do Ribeiro
Uma das praias mais famosas da região é a Praia da Sepultura. Ela é uma pequena praia com forte turismo de mergulho. Vale a visita, mas chegue cedo se quiser um lugar na areia: essa praia é a mais disputada e por ser pequena, enche muito rápido. Aconselho a Praia da Sepultura e a de Lagoinhas (abaixo) para a prática do mergulho.


Praia da Sepultura

A Praia do Retiro dos Padres, também conhecida como Praia dos Ingleses, tem uma formação rochosa belíssima, além da vista das montanhas.

Praia do Retiro dos Padres

A Praia de Lagoinhas, como o nome já diz, tem águas calmas e transparentes. Nela, você verá cavalos marinhos e cardumes de peixes, e se você não se mexer por um tempo, eles vão morder seus pés! Esta é uma praia muito concorrida para mergulho, justamente pela riqueza da vida marinha. Lagoinhas foi uma das minhas praias preferidas e onde passei mais tempo em contemplação.

Todas as praias mencionadas, exceto a do Ribeiro, têm restaurantes que servem bebidas e frutos do mar, porém, na sua maioria, fritos.

Praia de Lagoinhas

Bombinhas é um poema caribenho em plena Santa Catarina.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Outono Europeu

Hoje, no dia 23 de setembro, começa o outono no hemisfério norte. Nos blogs que eu sigo, tanto a Rode do Entre duas culturas, quanto a Lina do Conexao Paris já falaram desse assunto. É totalmente compreensível que esse assunto seja tão citado, afinal, o outono boreal é mesmo mágico.

Eu sou o tipo de pessoa que ama o frio. Creio que a qualidade de vida seja melhor no frio. Obviamente que não me refiro ao extremo frio, abaixo de zero, mas ao frio que temos no sul do Brasil. Observo que minha qualidade de sono, de ritmo de trabalho e até de alimentação fica melhor. Podem culpar minha pressão sanguínea baixa, que me transforma num zumbi no verão, mas para mim frio é vida! Os amigos e parentes que moram no hemisfério norte, no entanto, vêem o outono como a aproximação do frio extremo, da falta de sol, enfim, da depressão sazonal.

Por ser professora, durante anos só pude visitar a Europa entre dezembro e janeiro, nas férias escolares. O natal branco é mágico, e regiões que têm mercados de natal são a minha recomendação para quem vai à Europa no inverno. Os mercados de Natal mais famosos estão na Alemanha, Áustria e na região da Alsácia, na França. Nos mercados de Natal você verá o artesanato típico, o quentão e outras bebidas típicas, mas o ponto alto são as comidas: desde os biscoitos decorados, passando pelos bolos e pães de frutas secas, até as carnes de caça da época são uma explosão de sabores reconfortantes para o frio (Em breve aqui uma matéria sobre o inverno europeu).

Mas depois de ver neve durante 5 anos seguidos, confesso que, mesmo gostando do frio, eu estava entendiada de só ver branco e galhos secos. Apesar de um Natal mágico, a neve não é o clima mais recomendado para o turismo na Europa. No alto inverno, especialmente nos países onde há neve, muitas empresas e alguns tipos de museus fecham, pois dão férias coletivas aos seus funcionários. Foi num desses invernos que fiquei sem conhecer a fábrica modelo da Volkswagen em Dresden. No alto inverno, os jardins fecham, as fontes são cobertas de madeiras e fica quase impossível caminhar muitas horas na rua. É preciso parar de tempos em tempos para tomar um chá ou chocolate quente.

Porém, nos últimos dois anos, pude testemunhar outras estações européias. Vi o final do verão e o outono em 2014, e o final da primavera e verão este ano (2015). Mas de longe, o meu preferido foi o outono.

As temperaturas amenas são especiais para o turismo. No outono europeu, em geral, não faz muito frio, nem chove com frequência, muito menos faz um calor insuportável que desidrata o viajante. Ou seja, clima perfeito para sair a pé, sem pressa e sem rumo. No alemão, existe uma expressão que define o outono como nenhuma outra: "Goldener Herbst", que significa “outono dourado”. O outono boreal é, de fato, dourado. As folhas das árvores trocam de cor, cada uma a seu tempo, formando um degradê lindo e bucólico.

Segue minha foto-homenagem ao outono boreal:

(Fotos da nossa colaboradora Meiry Peruchi)


Sceaux, França

Londres, Inglaterra

Bruges, Bélgica

Viena, Áustria

Bruges, Bélgica


domingo, 20 de setembro de 2015

O Gaúcho

O Gaúcho carrega em si
esse silêncio
essa solidão
sólidos como o tempo.
Culpa dos Pampas
e da imensidão
que te faz sentir tão pequeno.
Um sono sem sonhos,
e um silêncio inerente,
que carrego comigo
por onde eu for.

Foto de Meiry Peruchi

Foto cedida pela Secretaria de Turismo de São José dos Ausentes, RS




sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Oktoberfest na Alemanha: Munique X cidades pequenas

Amanhã, dia 19 de setembro, começa a famosa Oktoberfest de Munique, na Alemanha.

O Rafa, do Brazilian globetrotter, está indo ver a Oktober deste ano e fez uma matéria histórica e de utilidade pública sobre a festa que é leitura obrigatória para quem está pensando em conhecê-la.

Mas o meu foco aqui é outro. Como sou casada com um alemão e tenho amigos alemães, as informações que recebo sobre essa festa são diferentes das que chegam aos turistas. Acreditem ou não, os próprios alemães odeiam todas as coisas que se tornaram exaustivamente turísticas sobre o seu país, e isso inclui a Oktober e o Castelo de Neuschwanstein, por exemplo. Os preços altíssimos e a exploração turística fora de padrões saudáveis fazem os alemães franzirem a testa quando você conta que quer conhecer esses lugares.

Sobre a Oktoberfest, os comentários são sempre os mesmos: que a festa perdeu seu foco cultural, que os turistas acabam bebendo muito mais do que deviam e fazem escândalo e sujeira, e por aí vai. Mas a informação mais triste é saber que os próprios moradores de Munique não gostam da festa, dizem que são dias de sono difícil, com turistas gritando e até urinando na frente de suas casas...

Mas como eu nunca fui a Oktober de Munique, não é justo eu falar dela. Por isso, convidei o amigo, e mais novo vlogger do Youtube para falar dessa festa, o Franco SG. E parece que ele não concorda nem um pouco com quem me passou as informações acima! haha!

Em contrapartida, eu vou falar das Oktoberfests que acontecem nas cidades menores, na mesma época, e mantém (dizem os alemães) a tradição bávara mais intacta.

Oktoberfest de Munique, por Franco SG


Posso dizer que minha experiência na Oktoberfest em Munique (ou München, se você estiver se sentindo internacional) foi um pouco diferente do que eu esperava. O que eu sabia sobre o Oktoberfest era baseado nas experiências dos meus amigos que frequentaram a festa no Brasil, isto é: eu esperava por uma festa de muita bebedeira, muita loucura, praticamente um carnaval em outubro. Ledo engano.


10ª tentativa de foto em frente a entrada do parque
e ao fundo meu colega de quarto americano
batendo foto com um grupo de estranhos
Primeiramente eu não estava preparado para o clima que eu viria a encontrar. Os sites meteorológicos diziam que o clima seria bom, com Sol, logo me empolguei montar um wannabe lederhosen, ou seja: peguei minhas botas, bermudas, comprei suspensórios e vesti minha flanela preferida. Gambiarra à brasileira (nada próximo à roupa típica usada pelos alemães, mas o que vale é a diversão).

Bom, o equivalente a “clima bom” para Alemães no começo do Outono significa: dia nublado, e relativamente frio. Não exatamente o que eu estava esperando, e nem um pouco parecido com o Outono no Brasil, então pode-se dizer que: sim, passei frio.


Uma manhã de dia "clima bom" na Alemanha
O parque onde é realizado o Oktoberfest, chamado de Theresienwiese, é grande, grande o suficiente para você perder alguns amigos (o que aconteceu com nosso grupo, que inclusive nos levou a imaginar que a menina do nosso grupo tivesse sido assassinada, vendida para o mercado negro ou qualquer outra das coisas que passam na cabeça de mãe, mas isso é outra história), portanto tenha um ponto de encontro com horários estabelecidos, para caso alguém se perca (mas acredito que isso seja algo que você já saiba, caro viajante).


Lá dentro você irá encontrar 14 barracas grandes com as cervejarias com autorização para produzir a cerveja típica do evento, para entrar em uma delas é aconselhável chegar cedo, as barracas abrem às 9h e em 2h já estão lotadas, para conseguir um lugar para sentar, nunca esqueça: serão servidos apenas os sentados em mesas, e não se preocupe em ficar de estomago vazio pois são vendidos alimentos lá. Acabei frequentando apenas uma das barracas, a Bräurosl da cervejaria Hacker-Pschorr, onde fiquei muito surpreso ao ver os visitantes sendo “convidados a se retirar” depois de virarem um dos saborosos canecos de cerveja. Uma das moças que lá trabalhava me informou que naquela barraca aquela atitude era proibida, pois a cerveja para o evento é mais forte, ela tem um teor um pouco maior que o normal, então provavelmente o colega que virou a caneca naquele momento estaria vomitando na rua. Alemães, sempre pensando a frente.


Jovens, saudáveis e nesse momento ninguém perdido
Este grande controle para com os que passam mal me surpreendeu, positivamente, claro. Imaginava que o evento seria apenas dos bêbados e jogados, no entanto vi famílias e crianças por todos os lados, crianças nos parques de diversões, família, colegas de empresa, idosos, todos se divertiram sem exagerar, cantando, bebendo e comendo), os mais “passados” em sua grande maioria eram turistas estrangeiros (ainda me lembro do irlandês que se apaixonou por uma das meninas do nosso grupo e a quis levar embora com ele, uma linda história de amor que levaria “Casa Comigo?” (Leap Year, 2010) ao esquecimento). Os que perderam a batalha ao serem derrotados pelo álcool logo eram resgatados por pequenas macas/ambulâncias que não os permitia serem vistos em situação precária, e seus rastros em poucos minutos seriam limpos pela organização do evento, e mais tarde os “guerreiros” estariam de volta à guerra.

O Oktoberfest em Munique é muito similar as festas de interior do Brasil, muita comida, bebida, música e pessoas se divertindo, e mostra que os alemães podem ser muito acolhedores apesar da fama de fechados (digo isso incluindo os sóbrios). Definitivamente é uma experiência que vale ser vivida, até mais que uma vez na vida se estiver ao seu alcance.


Dicas para o Oktoberfest:

· Faça como sua mãe diz e leve um casaquinho;
· Chegue cedo e sente em uma mesa;
· Muitas pessoas falam inglês, mas não português, então esteja preparado;
· Os shows nas barracas começam após o meio-dia;
· O preço do caneco é 10 euros, e vem com espuma, então prepare seu bolso;
· Você só poderá comprar cervejas dentro das barracas ou nos biergarten;
· Levar canecas embora é crime, se você não se controlar: não seja pego;
· Aproveite o máximo e Ein Prosit!


Show, no final da tarde, dentro de uma das barracas.
Versões em alemão de clássicos, rock e um pouco de ABBA

Acompanhe também o Franco pelo Instagram e twitter!

Volksfest nas pequenas cidades, por Ana Raspini

As "festas do povo", ou Volksfest, como são chamadas, são a variação da Oktoberst pela Baviera. Apenas a festa de Munique chama "festa de outubro". Essas festas geralmente tomam metade do mês de setembro e acabam no início de outubro.

Creio que a ideia base das Volksfests seja a mesma da Oktoberfest: as pessoas fazem desfiles nas ruas, trajados a caráter; Existem pavilhões semi-bertos com mesas e bancos comunitários; Bandas de música tradicional tocam durante todo o tempo e comida e bebida típicas da época são oferecidas. A bebida oficial é a cerveja, claro! E cada cidade tem sua cervejaria própria, ou várias, e cada uma monta seu pavilhão. Porém, não é o chopp Pilsen que reina: o mais comum é ver uma cerveja feita especialmente para a data, que é mais forte e é servida nas mesas, para quem está sentado, ou se pega no balcão para quem está em pé.

As comidas são de encher os olhos: desde petiscos, como currywurst com batatas fritas, até pratos mais complexos como pato ou porco são preparados e servidos nas barraquinhas. Geralmente, um parque de diversões é instalado dentro ou ao lado do ambiente da festa. Há, também, um show pirotécnico em cada edição.

As Volksfest são essencialmente familiares, lugar onde pais levam seus filhos sem medo de deixá-los brincando no parque, lugar onde amigos e vizinhos se reencontram, bebem e riem juntos.


Porém, atenção: NÃO DANCE! Creio que a maior diferença entre a Volksfest e a Oktoberfest seja a música. Se você dança e levanta o copo numa Volksfest você é imediatamente visto como o instruso bêbado pagando mico, cof, cof turista. Você só verá pessoas dançando numa Volksfest tarde da noite, no fim de semana, e apenas um pequeno grupo de jovens que se senta bem na frente da banda.

Clique aqui para ver um video disso.


As fotos que eu usei são da Volksfest de Eichstatt, cidadezinha na Baviera!

Em breve um post sobre a Oktoberfest de Blumenau, e um comparativo do evento entre o dia e a noite!


Um brinde! Ein Prosit!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Novo Canal no Youtube

Oba! Agora também posso compartilhar meus videos de viagem com vocês!

Inscrevam-se no nosso canal no Youtube!

Começo com um video do desfile de abertura da Festa dos Viticultores de Eguisheim, cidade da região da Alsácia, na França.




terça-feira, 8 de setembro de 2015

Laguna, Santa Catarina: O que fazer, onde comer, etc.

Laguna, a terra de Anita Garibaldi, tem história e belezas naturais. A cidade é perfeita para um passeio de um dia, ou um fim de semana com direito à praia.

Minha sugestão de roteiro para conhecer o melhor de Laguna:

Chegada - Vindo do sul do estado, você passa pela nova ponte, que ganhou o nome da "Heroína dos dois Mundos", Anita Garibaldi, e é a primeira ponte estaiada em curva do país. Se você estiver vindo do norte, sem problemas: pegue o transito local, passe pela ponte antiga (ao lado da nova) e pegue o primeiro retorno. Assim, você a verá em dois ângulos.



Centro Histórico - Numa praça que é uma gracinha, a arquitetura Açoriana ainda é preservada. É lá que encontramos a estátua em homenagem à Anita Garibaldi e a Casa da Cultura, prédio que já foi sede da Câmara de Vereadores da cidade e até cadeia! A entrada agora é gratuita e você verá documentos importantes sobre a Revolução Juliana, sobre Anita e Giuseppe, móveis, louças, armas e uniformes militares da época, além de informações sobre as tribos indígenas da região.





Casa de Anita - Menos de 500 metros de distância da praça, você encontra a Casa em que viveu Anita Garibaldi, transformada em museu. Faça este percurso a pé, e aproveite para ver as casas da época, que permeiam o centro antigo. A entrada também tornou-se gratuita há pouco tempo. Lá, você verá alguns móveis antigos e quadros, mas o que mais me chamou a atenção foram as fotos de quando a neta de Anita e Garibaldi veio da Itália para conhecer a casa da avó.



Ao lado da casa de Anita, existe a Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos, que tem um interior barroco lindíssimo com estruturas talhadas a mão e folheadas a ouro! Mas cuidado, a igreja fecha nas segundas-feiras, que foi o que me impediu de vê-la (na segunda-feira, 7 de setembro).


Fonte: Trip Advisor

Fonte: litoraldesantacatarina.com
A menos de duas quadras do centro histórico, já é possível ver o mar e as docas da cidade.




Daqui, pegue o carro e vá até os molhes de Laguna. Os molhes são o local onde o rio encontra o mar. Lá, além dos belos faróis, você verá pescadores tanto no mar, pescando com varas, quanto no rio, onde acontece o fenômeno mais interessante: a pesca com ajuda do boto. 




Os botos que vivem no rio 'empurram' os cardumes de peixes para perto dos pescadores, que jogam suas redes. Alguns dizem que o boto até dá um sinal com a cabeça para o pescador e assim sinaliza que os peixes se aproximam.




Existem dois lugares de onde você pode ver Laguna de cima. O mirante que existe dentro do complexo do Laguna Tourist Hotel...



E outro mirante é no Morro da Glória, que é o ponto mais alto de Laguna. Lá, está localizada uma estátua de Nossa Senhora da Glória e também é de onde se tem uma bela vista da região.




Agora, vamos às belezas naturais de Laguna:

Depois de cruzar o canal da barra de Laguna pela balsa, você chegará ao ponto mais famoso e mais fotografado de Laguna, o Farol de Santa Marta. O Farol tem uma estrutura ainda bem preservada, com vista para a Prainha do Farol e a Praia do Cardoso. Mas não são só essas as praias da região, além de dezenas de praias, o local é um paraíso para os surfistas.





Laguna tem uma nova lei muito interessante: só se pode fazer passeios guiados com guias da região. E eu recomendo muito o guia Anselmo (contato (48) 9996-0280), que além de ser uma espécie de enciclopédia da região, carrega nos olhos uma verdadeira adoração pela história de Anita Garibaldi.

Recomendo também dois restaurantes em  Laguna onde você encontra frutos do mar:
No centro, recomendo o Restaurante Caiçara.

Próximo à balsa, recomendo o Restaurante Geraldo.

Laguna nos remete à bravura de uma mulher que lutou em três revoluções, em dois continentes: no Brasil, no Uruguai e na Itália. Ana Maria de Jesus Ribeiro ganhou o "apelido" de Anita depois de conhecer e lutar ao lado do esposo e também revolucionário Giuseppe Garibaldi, com quem teve 4 filhos. Anita morreu em batalha, ainda muito jovem, aos 27 anos, e estava grávida do quinto filho. Além de uma estátua em Laguna e outra em Roma, além da ponte que leva seu nome, Anita teve duas cidades nomeadas em sua homenagem em Santa Catarina (Anita Garibaldi e Anitápolis). Essas menções são apenas algumas sobre a heroína cuja vida rendeu livros e filmes. Conhecer Laguna é conhecer mais sobre a hisória do Brasil.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sobre o Andar (ou Ode aos meus Pés)

Numa trilha semana passada para a qual eu não havia me preparado fisicamente, comecei a pensar sobre os pés.

Primeiramente, devo me explicar: eu geralmente sei exatamente qual tipo de trilha vou fazer e me preparo fisicamente nas semanas anteriores de acordo com a dificuldade do trajeto a ser percorrido. Se a trilha é de resistência por tempo, faço caminhadas mais longas. Se a trilha é de resistência por dificuldade de solo (íngreme, escorregadio, etc), procuro fazer caminhadas em solos similares.

Porém, eu não sabia absolutamente nada sobre aquela trilha e, pra piorar, um início de semestre bem corrido dificultou minha preparação física. Caminhei pouco e em terreno plano. Grande erro.

Chegando na trilha, o terreno era absurdamente íngreme e, não sendo suficiente para me assustar, também era escorregadio e irregular: mudava de campo aberto para mata fechada, e de pedras para barro.

Numa luta interna e externa, pois meu rosto vermelho não me deixava esconder, questionei se conseguiria alcançar o topo. Minha família estava comigo e minha mãe teve problemas similares. Em certo momento eu disse a ela: “É assim mesmo, a gente acha que não vai alcançar mais nem um metro, e quando o alcança, tenta mais um, e mais um. Viajar também é assim, uma superação a cada minuto”.

Foi então que me dei conta da importância do andar. Cada passo é uma superação, seja na trilha íngreme que você não acha que vai terminar, seja nos muitos quilômetros percorrendo um país novo. Os passos vão ficando cada vez mais difíceis, porém, a sensação de ser capaz de continuar é libertadora.

Andar tem essa coisa de místico, porque é quase transcendental atravessar quilômetros com os próprios pés. Andar é a prova de que a resiliência é a chave para alcançar grandes conquistas, ou grandes distâncias, que é quase a mesma coisa.

Sempre que chego de uma trilha ou de uma viagem longa, paro longamente para olhar e massagear meus pés. É minha homenagem pessoal a essas ferramentas que já me levaram tão longe. Cuido deles para que continuem me levando aonde meu coração quiser.


O escritor e velejador Amyr Klink já dizia: “"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livro ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos e não simplesmente como ele é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver... Il faut aller voir - é preciso ir ver!"
(Mar sem fim)


Ou, como diria Johnny Walker: Keep walking!