Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

sexta-feira, 11 de março de 2016

A felicidade contida num roteiro

Nossa vida emocional é como uma montanha russa. Um dia normal, seguido de um dia triste, seguido de um dia loucamente frenético, seguido de outro dia normal, seguido de um dia feliz...

Se todos os dias fossem normais, viver não teria graça. Se todos os dias fossem tristes, também não. Se todos os dias fossem felizes, morreríamos sem fôlego entre um suspiro e uma arfada.

Para o viajante, dias normais significam 'trabalhar para juntar dinheiro para a próxima viagem'. Dias tristes são aqueles em que perdemos uma super promoção aérea, ou pensamos demais e perdemos aquele pacote super em conta que sua amiga agente de turismo te enviou.

Mas os dias felizes... Ah, os dias felizes são aqueles em que você conseguiu comprar uma passagem aérea com um preço que cabe no seu bolso e sai loucamente pesquisando por hotéis/hostels. Abre dezenas de janelas no computador numa saga desvairada para comparar preços, localizações, avaliações do Tripadvisor...

Os dias que se seguem são geralmente felizes também. Para mim, a parte da pesquisa e da montagem do roteiro é a mais feliz.

Ler blogs, sites de viagens, memorizar o mapa da cidade, calcular tempo, distâncias, jogar nomes no Google para ver se algum lugar desconhecido vai arrebatar o seu coração. Se habituar aos nomes dos lugares, ao idioma, aos costumes locais.

A felicidade do viajante se resume a abrir um documento no computador com o nome do próximo destino.

Os dias ficam mais leves, mais fáceis de viver, os colegas de trabalho notam o nosso bom humor, um novo lote de alegria é depositado no nosso coração.

Essa renovação da alegria é o que nos mantém seguindo em frente.

Mas a alegria de montar um roteiro só não é maior que a alegria de chegar ao destino, de pôr os olhos pela primeira vez em algo completamente novo.

Mas obviamente, a viagem é seguida pela volta, pela depressão pós-viagem, pelo normal de novo. E essa montanha russa emocional seguirá até, um dia, parar. Não podemos saber se ela vai parar no ponto mais alto, no mais baixo ou no meio. O que podemos fazer é capturar cada oscilação da maneira mais intensa e genuína.

Boa viagem!



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