Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Quando um turista morre...

Toda morte violenta choca. Em geral, uma vida ceifada num acidente ou num crime causa mais revolta do que uma levada pela doença.

Mas certas mortes me dóem mais... Ontem, um técnico e medalhista alemão morreu no Rio, após um acidente de táxi...

Emociona-me muito quando fico sabendo de alguém que morreu durante uma viagem, longe de casa e da sua família.

Stefan Henze, o técnico alemão, veio ao Brasil participar das  Olimíadas, acompanhar a delegação alemã, conhecer o Rio de Janeiro...

Diferentemente de dezenas de outros atletas, que se recusaram a vir ao Brasil, deixando assim de competir, alegando preocupação com zica vírus, violência, poluição.

Stefan, não.

Como qualquer bom viajante, ele se 'arriscou' ao encarar o desconhecido.

Não é isso que fazemos, viajantes? Quando viajamos, nos colocamos a disposição do desconhecido, do acaso.

E é por isso que o turismo é uma reverência à cultura do outro. É abrir o coração para entender quem o outro é, como ele vive, o que come, o que faz, mesmo que isso signifique algum grau de periculosidade, ou altíssimo grau de desconforto.

Stefan não foi o único turista a morrer no Brasil. Brasileiros morrem no exterior. Abrir o coração para o outro tem desses perigos.

Exercito-me internamente, agora, para não deixar esse medo me impedir de dar o próximo passo.

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