Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

BUENOS AIRES

Uma viagem adiada há 8 anos, essa era a sensação. Parte da minha pesquisa sobre Buenos Aires foi pegar o caderninho de anotações que eu mantinha em 2008. Tão estranho pensar que todas aquelas atrações, restaurantes e cafés embremáticos, comidas e bebidas típicas estariam lá me esperando 8 anos depois.

Buenos Aires carrega consigo um peso. Um peso aristocrata. Um peso Europeu. Um peso que os argentinos se orgulham de carregar e que existe desde antes deles ou da própria cidade existir.

Existe uma animosidade estranha entre brasileiros e argentinos. Mas eu, que não me importo com rixas de futebol, ou com o próprio esporte, penso que apenas pelo banheiro, os Porteños já nos derrotaram. Jogar o papel higiênico na privada já os coloca um passo a frente de nós.

Não diga que o idioma é o Espanhol, eles se ofendem. É um idioma próprio e arrastado na medida certa para confundir o turista.

Mas o idioma da música e da dança é universal. No tango, na milonga, nas boleadeiras, nas letras de Gardel, todos se entendem, e se encantam, e aplaudem e se emocionam.

A carne é diferente, mas não tenha medo de arriscar. Se estiver sem sal, os restaurantes já estão habituados a essa reclamação brasileira, e o saleiro sempre vai estar sobre a mesa. Vá em frente, pode pedir a morcilha!

Mas lembre-se: eles são bons em Malbec. Não peça outra coisa. Eu não entendi, mas os vinhos brancos são sempre doces por lá. Depois da segunda tentativa e erro, fiquei no Malbec mesmo.

Não tome café da manhã no hotel. Vai por mim. Ache uma padaria humilde, com atendentes meio mal-humorados, e lá você terá a experiência reveladora de uma medialuna de manteiga com café que vai te fazer sonhar acordado dias depois. Meses depois.

E não esqueça do sorvete de doce de leite, das milanesas, da pizza diferentona. Tome uma Quilmes para refrescar e uma Patagônia para celebrar.

Sente-se numa mesa de bar no Caminito para ver uma herança Italiana que ultrapassa ela mesma. Sente numa mesa externa para comer Parrilla e observe uma herança Gaúcha que também excede a si mesma.

Ande pelas ruelas, perca-se nos bairros, e seja o brasileiro que excedeu a si mesmo.









quarta-feira, 8 de junho de 2016

Buenos Aires, 8 anos depois e 2 gripes suínas mais tarde

Buenos Aires é, geralmente, o primeiro destino internacional dos brasileiros nesta vida.

Era pra ter sido o meu também. Mas acabou sendo o décimo.

Deixe-me explicar.

No ínicio de 2008, decidi fazer um mini-intercâmbio em Buenos Aires, pois eu estudava espanhol na época. Comprei um pacote que incluia curso, estadia e passagens aéreas, e comecei a pagar o pacote em várias prestações. O intercâmbio seria em julho daquele ano.

Acontece que - para aqueles jovens que não lembram - 2008 foi o ano em que ouvimos falar, pela primeira vez, da assustadora e assoladora gripe suína. E os países mais afetados na America Latina eram justamente aqueles com invernos mais rigorosos, dentre eles, Argentina e Chile.

Na ocasião, o governo brasileiro sugeriu a quem tivesse viagem marcada para esses países, que a cancelasse, por medida de precaução.

A gripe suína, depois renomeada H1N1, que teve novo surto este ano, estava matando milhares de pessoas. Por isso, com medo de possíveis processos jurídicos, a empresa que estava organizando o meu intercâmbio cancelou tudo.

Fiquei desolada. Aquela iria ser minha primeira viagem internacional e eu já havia pago mais da metade do valor do pacote. Sem contar toda a pesquisa e montagem de roteiro!

Eis que, quase 8 anos mais tarde, depois de ter viajado para uns 10 países, surge a oportunidade de comemorar meu aniversário (que, pela segunda vez na minha vida, caiu num feriadão) em Buenos Aires.

Agarrei a chance com unhas e dentes e não me arrependo. Mesmo tendo ido já 7 vezes à Europa, Buenos Aires é única. Baires é uma mini-Europa com os benefícios extras do tango e da carne abundante.

Segue, também, meu relato lírico sobre a cidade.


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Nossos videos do Show de Tango em Buenos Aires

Eu já havia explicado com detalhes neste post como funciona o Show de Tango do Café Tortoni. Mas dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, então, seguem dois videos que fiz do show.

No video abaixo, vemos o cantor interagindo com a platéia, convidando para cantar "Por una Cabeza", de Carlos Gardel:


E no video abaixo, vemos uma das muitas apresentações de dança, neste caso com todos os 4 casais de bailarinos:


O show do Café Tortoni tem teatro, música, dança e até uma apresentação de Boleadeiras. Uma experiência Portenha imperdível!