Porém, chegar em Eguisheim justo no dia do Festival Anual dos Viticultores de Eguisheim (Fête Des Vignerons d'Eguisheim), sem nenhum planejamento anterior: isso, sim, é uma coincidência feliz!
No caminho entre o estacionamento e o centro da cidadezinha, uma constatação que me fez sorrir por dentro: cada rua tinha o nome de uma uva.
Ao passar pelas casas, observamos que quase todas elas tinham um vinhedo no quintal. E eu imaginava como deveria ser viver ali. Você faz um bom vinho, o seu vizinho também. Os jantares com amigos devem ser memoráveis!
Chegando no centro da cidade, pudemos ver todo o desfile que inicia o festival. Bandas marciais tocavam, todos vestiam roupas de épocas passadas. Rolhas eram jogadas na multidão e vinho branco, a especialidade da região, era servido gratuitamente aos que tinham um copo na mão. Seria o paraíso? Sim, sem dúvida.
Bem no centro uma igrejinha, e, sobre ela, uma cegonha em seu ninho. Eu nunca tinha visto uma cegonha antes, e ela era enorme! Então, me dei conta de que a lenda de que cegonhas carregam bebês havia viajado centenas de anos, e milhares de quilômetros para alcançar aquela gauchinha que morava na Serra. Como uma cultura tão diferente da minha, fez, de certa forma, parte de mim?
Subindo a montanha, vimos vinhedos ainda maiores, e paramos parar degustar algumas uvas. A cada uva de cor diferente, um cheiro e um sabor únicos. No topo da montanha, as ruínas de três castelos. E lá de cima, uma vista surreal de fileiras de uvas que traçavam o solo em tons de verde.
Ainda hoje, meses depois, faço cálculos mentais do que é preciso para largar a vida aqui e ir morar em Eguisheim. Seguido de um suspiro.
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Fotos de Meiry Peruchi
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